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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Review - Saekano

Há vários animes considerados genéricos que acabam por surpreender completamente o espectador apenas por fazerem algo ligeiramente diferente, por vezes nem conseguindo ter a sua qualidade logicamente explicada. Saenai Heroine no Soatekata ou Saekano: How to Raise a Boring Girlfriend ou ainda apenas Saekano é um exemplo desse tipo de séries bem recente e que vou analisar hoje.
Tomoya Aki, um blogger otaku fã de light novels, anime e visual novels, encontra certo dia uma rapariga no seu caminho para casa. Essa pessoa, Megumi Kato, é uma colega de escola de Tomoya na qual este nunca tinha reparado até esse momento em que decide fazer dela a heroína ou personagem principal de um dating sim (Tipo de visual novel em que o objetivo é namorar com personagens da história)  produzido por ele. Para isso, Tomoya decide juntar-se a Eriri Spencer Sawamura, uma amiga de infância dele que trabalha como autora amadora de manga e a Utaha Kasumigaoka, uma colega sua famosa por ser uma popular autora de light novels, convidando mais tarde a sua prima para fazer a banda sonora do jogo. Ao longo destes 12 episódios (13, se contarmos o episódio especial 0 que se passa cronologicamente depois da série) vemos o processo de criar uma obra destas e as relações entre os membros pertencentes a esta produção, ultrapassando rivalidades, brigas antigas e a criação da heroína inspirada em Megumi Kato que é considerada um pouco aborrecida por Tomoya para uma personagem de um dating sim.

Utaha Kasumiagaoka, Megumi Kato e Eriri Spencer Sawamura (da esquerda para a direita).

Eu gostei imenso desta série. É divertida, tem boas piadas e situações cómicas, as personagens são bastante hilariantes mas não consegui sentir-me totalmente satisfeito no fim da série. Infelizmente o que temos de Saekano é apenas uma primeira temporada. Já foi anunciada uma sequela para abril de 2017 e penso que é aí que vamos ver todo o potencial da série. Ainda não vimos o fim da criação do dating sim e estamos longe de ver todas as aventuras possíveis destas personagens.
Mas, tirando o facto de ainda não podermos ver a sua história finalizada, Saekano é um anime excelente. Devo ainda referir a grande qualidade de animação e o facto de incluir imagens muito detalhadas e realistas de figuras e posters que Tomoya tem no quarto de outros animes produzidos pelo mesmo estúdio, o A-1 Pictures como Sword Art Online e OreImo.
Deixo assim esta recomendação deste espetacular anime que podem encontrar para streaming gratuito na crunchyroll, disponível em português.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Review - Sakamichi no Apollon

Shinichiro Watanabe é uma das melhores figuras da indústria do anime de sempre. Apesar de conhecer ainda uma pequena porção do seu trabalho admito a sua genialidade quase única nesse meio de entretenimento em obras como Cowboy Bebop, um dos melhores animes que já vi na minha vida. Ao lado do realizador, neste Panteão dos grandes artistas do anime, encontra-se também a sua regular colaboradora Yoko Kanno, uma das compositoras mais aclamadas de bandas sonoras de animes, nomeadamente a do já mencionado Bebop.
E vendo os seus talentos, seria fácil imaginar uma série em anime que contasse com os dois com música como o tema principal. Pois em 2012, foi mesmo isso que nos foi apresentado em Sakamichi no Apollon.


O cast principal do anime.

Neste anime passado nos anos 60, seguimos Nishimi Kaoru, um jovem pianista de música clássica que acaba de se mudar para uma nova cidade, para viver em casa de uns tios. O rapaz, algo tímido e anti-social, depressa faz amizade com Kawabuchi Sentaro, um jovem algo problemático a nível de comportamento mas com um espírito bom e generoso. Sentaro é também um baterista de jazz e logo leva Kaoru a entusiasmar-se com este estilo musical. O rapaz tímido conhece ainda Mukae Ritsuko, vizinha e amiga de infância de Sentaro e também filha do dono de uma loja de discos onde os dois rapazes tocam.

Kaoru e Sentaro, numa sessão de jazz.

Ao longo dos 12 episódios que constituem a série, vamos vendo a evolução das personagens enquanto aprendem e vivem os grandes conceitos da vida como a amizade e o amor. É uma história coming-of-age, um género que eu adoro, e uma surpreendente viagem sobre música e adolescência. Eu gostei imenso da série principalmente pelo desenvolvimento do elenco principal, descobrindo os prazeres e as amarguras de crescer. A banda sonora de Yoko Kanno é muito boa mas sinto falta das grandes canções originais que marcaram trabalhos anteriores da compositora já que as músicas em que os dois rapazes e alguns outros músicos tocam são quase sempre covers de músicas jazz populares da altura. Para mim, Sakamichi no Apollon é um anime que melhora com o decorrer da história e que até tem um primeiro episódio que representa mal aquilo em que a série se vai tornar.

Há muito poucas falhas com esta história. Penso que certos episódios não estavam tão bem equilibrados, avançando meses inteiros enquanto que outros pareciam passar-se apenas numa semana.
À parte disso, só me resta dizer que este anime é excelente. Desde o enredo às personagens esta série é altamente recomendada, sobretudo se gostarem de animes com música como tema de fundo mas acho que pode ser apreciada por qualquer fã de uma comédia dramática leve. Um dos melhores animes que vi nos últimos tempos e uma das maiores recomendações que posso dar.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Review - Jess e os Rapazes - Temporada 5, Episódios 4-10

Hoje trago uma análise muito diferente, numa espécie de coluna de opinião. Está relacionada com os episódios 4 a 10 da quinta temporada da série Jess e os Rapazes ou New Girl e terá spoilers muito ligeiros dos episódios mencionados e do anterior.
Não gosto muito de analisar sitcoms porque acho que nunca tenho tanto a comentar mas nestes episódios senti a necessidade de expressar a minha opinião. No episódio 3 desta temporada, Jess, a personagem principal, é colocada num local fora do apartamento onde vive sem contacto com o mundo exterior para servir de jurada. Na verdade, a atriz Zooey Deschanel não pôde gravar os episódios pois estava num estado avançado de gravidez. Com a saída desta personagem importante nos seis episódios que se seguiram, a série decidiu focar-se nas outras quatro personagens do elenco, ou seja, Nick, Schmidt, Winston e Cece.
E com isto podia pensar-se que a série ficaria sem a sua personalidade já que ficou tão popular devido à carismática Jessica Day. Mas sinceramente, adorei esses episódios. Centrou-se especialmente em Nick, que tentava alugar o quarto de Jess a hóspedes e na chegada de Reagan, interpretada por Megan Fox, que decide ocupar o quarto. O que eu gostei acerca deste arco narrativo foi a maneira como me fez perceber que a Jess já não é o elemento engraçado da série. Talvez nos primeiros episódios, em que era o elemento novo isso acontecesse e assim me habituei e segui as temporadas seguintes. Mas quando esta personagem voltou no episódio 10 até fiquei um pouco desapontado por já não ter episódios exclusivamente focados nas quatro personagens principais dos episódios anteriores. Não que eu desgoste da Jess mas tenho de admitir que apenas com as personagens coadjuvantes era possível fazer uma série extremamente engraçada.
Para mim, esta série é absolutamente espetacular e uma das melhores comédias a estrear na televisão. Foi através da personagem principal que ganhou grande parte dos seus fãs mas posso dizer que só apoiada nos colegas de quarto de Jess e em Cece é que esta série conseguiu manter a sua qualidade ao longo de tantas temporadas. Recomendo não só estes episódios mas toda as histórias destas engraçadas personagens que estrearam antes deles.

Reagan (Megan Fox), Nick (Jake Johnson), Cece (Hannah Simone), Schmidt (Max Greenfield), quatro das cinco personagens centrais destes episódios, faltando na imagem Winston (Lamorne Morris).