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terça-feira, 28 de junho de 2016

Review - Witch Hunter Robin (2002)

Há uma lista ainda extensa de animes que me fascinaram quando comecei a entrar neste meio de entretenimento mesmo sem saber nada sobre os mesmos na altura. Essa lista é especialmente composta por animes populares no site Myanimelist e por séries que ocuparam lugares na lista dos 100 melhores animes da IGN, escrita pelo blogger karuhi. E um desses anime é a obra de 26 episódios de 2002 Witch Hunter Robin.
WHR centra-se numa jovem italiana nascida no Japão chamada Sena Robin que vai trabalhar com a STN-J, uma organização que tenta prender todos os witches das terras nipónicas. Aqui começa um dos problemas da série: nela existem witches que usam magia para o mal e utilizadores de craft ou hunters que usam esses poderes para caçar witches. Mas a série não esclarece estas diferenças e há pouco desenvolvimento da questão do porquê dos witches serem caçados.
A primeira parte da série é um monster-of-the-week, um tipo de séries de televisão e animes em que em cada episódio, as personagens principais lutam contra um inimigo que nada influencia o episódio seguinte. Mas devido a acontecimentos nos episódios mais avançados, a série muda de estilo e passa a ser bem mais séria e a abordar a questão que já mencionei, ao mesmo tempo que desenvolve as personagens.
A série tem bons pontos como as personagens e o estilo à film noir. Mas eu acho que não os desenvolve da maneira correta. O elenco principal de hunters é divertido e desperdiça muito potencial por não ser analisado. As situações que Robin enfrenta são bastante cliché e, se não fosse pelos episódios da segunda metade do anime, não gostaria dela tanto. Só posso admitir que a evolução psicológica de Robin é uma das melhores num anime curto como este.
Mas se a história e as personagens são subaproveitadas a banda sonora é exatamente o contrário. Quase todas as faixas são muito boas e combinam com o tema do anime. Gosto especialmente dos temas de combate e da música de abertura, Shell, da banda Bana que usa o grunge para combinar os sentimentos das personagens com as imagens de terror psicológico que são mostradas. O problema é ser um conjunto de músicas muito curto repetindo e cansando o espectador com as mesmas canções.
Portanto, gostei ou não do anime? É uma série com temas criativos mas muito mal aproveitados. Tem uma segunda metade da história muito melhor do que a primeira e penso que se os primeiros 12 ou 13 episódios tivessem sido trabalhados de maneira diferente a série teria sido bem diferente. Gostei, mas penso que uma série tão popular de um estúdio (Sunrise) que trouxe ao mundo Cowboy Bebop e Code Geass podia ter sido bem melhor. Apenas se procurarem algo diferente dentro de anime de mistério é que estes 26 episódios podem ser realmente bons.

terça-feira, 21 de junho de 2016

As Minhas Leituras - Poderosos Heróis Marvel Vol. 7 - X-Men: Caixa Fantasma

Voltando a uma coleção que já li há algum tempo, Poderosos Heróis Marvel, da Levoir, trago X-Men: Caixa Fantasma.
Primeiramente, tenho de dizer que adoro os X-Men e este livro demonstra mais uma vez esse meu gosto por esta super-equipa. Os elementos no momento desta história eram Wolerine, Ciclope, Fera, Armadura, Emma Frost e Tempestade, personagens bem diferentes umas das outras. A história é muito normal com as caixas fantasma a aparecer por todo o mundo e a indicar uma possível invasão alienígena. Mas tudo isto é uma espécie de segundo plano.
O que realmente destaco neste livro são as relações entre as personagens e o diálogo entre elas. Tudo parece saído de uma série de televisão ou de um filme me vez de uma banda desenhada com pequenas piadas e referências à atualidade. Warren Ellis é um dos melhores argumentistas das últimas décadas e cimenta aqui uma das suas melhores histórias na Marvel dando densidade às personagens que apenas o seu antecessor em Astonishing X-Men (a revista que originalmente publicou esta saga), Joss Whedon, seria capaz de dar. 
E claro, não podia deixar de mencionar a arte deste volume. Simone Bianchi, um artista que assinou histórias de Wolverine ou Thor faz um trabalho verdadeiramente brilhante nesta aventura. Usa um desenho muito livre, não se conformando com as vinhetas das pranchas e usa um estilo muito realista para representar as personagens. As feições têm uma aparência assustadoramente humana, o que combina com o diálogo e as falas que podiam ser ditas por qualquer grupo de seis pessoas, fossem ou não X-Men.
Concluindo, eu adorei o livro. Para mim, o que deve receber maior destaque é mesmo a dupla que assina a história, já que trabalharam de maneira magistral todas as situações. As personagens têm profundidade, os desenhos podiam ser obras de arte e a história, do início ao fim é algo verdadeiramente único que não consigo ver nas mãos de quaisquer outros criadores artísiticos. Tenho pena que a dupla só tenha feito esta saga dos X-Men porque acho que o seu estilo é apropriado ao das personagens e acho que entram para a galeria dos maiores nomes da banda desenhada americana a trabalhar com o universo mutante, ao lado de Chris Claremont e John Byrne e Joss Whedon e John Cassaday. História completamente recomendada, sejam ou não fãs desta gloriosa equipa de super-heróis.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Um Filme Por Semana #8 - Quase Famosos (2000)

O género coming-of-age sempre me atraiu imenso. Este tipo de filmes baseia-se na passagem de uma personagem da adolescência para a idade adulta e abrange obras muito diferenciadas, sendo por isso muito apelativo.
E de entre histórias como Juno ou Conta Comigo, há uma que é um verdadeiro clássico: Quase Famosos. Este filme de Cameron Crowe, lançado em 2000, conta-nos a história de William Miller, um jovem crítico de música que é contratado pela revista Rolling Stone para seguir a banda fictícia Stillwater. Ao longo da viagem, conhece os membros da banda e aprofunda a relação com uma fã da banda, Penny Lane. Enquanto tenta entrevistar a banda (que leva toda a digressão como uma festa sem perceber que William está a fazer o seu trabalho) tem de lidar com várias Band Aids, uma espécie de groupies e com as atitudes dos músicos. Além disso, a sua mãe extremamente preocupada liga-lhe continuamente para fazer com que este não se deixe levar pelo mundo de drogas e do rock n' roll.
O filme é espetacular. A história é interessante e deixa uma mensagem de trabalho pessoal incentiva. Os constantes esforços de William para lidar com a banda e com a sua paixão por Penny Lane tornam esta história coming-of-age muito maior do que parece.
Mas sinceramente o que para mim faz deste um filme tão bom é a realização de Cameron Crowe. Há diversas cenas em que este demonstra toda a sua mestria utilizando diferentes ângulos e transmitindo sentimentos e pensamentos das personagens através do movimento. Destaco principalmente a cena do autocarro em que o elenco canta a música Tiny Dancer, interpretada por Elton John, num dos momentos mais épicos dos filmes de adolescência e a parte em que Penny dança num palco sem nenhum espectador. Para mim, essas duas cenas dizem mais sobre as personagens do que longas cenas de diálogo em muitos filmes.


E outro aspeto que aumentou o meu gosto pelo filme foi sem dúvida o elenco. Para mim, Billy Crudup tem um dos seus melhores desempenhos. Eu já gostava dele em O Grande Peixe, um dos meus filmes preferidos de sempre e fiquei muito surpreendido quando descobri que não tinha sido nomeado para um Oscar por este papel. Também Patrick Fugit tem uma interpretação espetacular como a personagem principal, para além das duas nomeadas para Melhor Atriz Secundária, nos Prémios da Academia, Frances McDormand e Kate Hudson nos papéis de mãe de William e de Penny Lane, respetivamente.
Por fim, posso dizer que este é um excelente filme dentro do seu género, criando uma nova geração de drama musical numa das melhores obras cinematográficas da década passada. Altamente recomendado.

domingo, 19 de junho de 2016

Um Filme Por Semana #7 - Blood: The Last Vampire (2000)

No seguimento do anime que trouxe ontem, Psycho-Pass, hoje apresento um filme do mesmo estúdio, Production I.G, o lendário Blood: The Last Vampire.
Este anime de 2000, realizado por Hiroyuki Kitakubo, o mesmo realizador de Golden Boy, traz-nos Saya, uma vampira que se infiltra numa base militar americana em solo japonês com o propósito de caçar demónios que aterrorizam o local. O filme tem apenas 48 minutos de duração, portanto não deixa muito tempo para o desenvolvimento das personagens. Conhecemos apenas Saya, dois americanos que ajudam Saya a integrar-se e a enfermeira da escola secundária localizada na base militar. Em todo o tempo de filme, o aspeto mais focado é a ação. Saya, apesar de parecer ter apenas uns 18 anos, é uma excelente espadachim, usando a tradicional espada japonesa, a katana.
Aquilo de que mais gostei no filme foi o facto de trazer duas línguas para narrar os acontecimentos. Em certas partes, Saya fala japonês mas toda a gente da base militar fala inglês, tendo sido dobrados por atores de voz americanos. Também tenho de falar na excelente animação. O filme saiu em 2000 e como mencionei na análise a Psycho-Pass, a Production I.G faz sempre um espetacular trabalho na animação. E um filme tão baseado nas cenas de combate, uma animação que varia entre o 2D e o 3D é a técnica apropriada a um concerto de golpes e ataques frenéticos. 
Agora, se recomendo o anime? Apenas se forem fãs do género. Se gostarem de histórias de ação e com elementos sobrenaturais este é um filme obrigatório. Também aconselho a quem queira uma experiência rápida, já que tem uma curta duração. Mas não é um anime obrigatório a qualquer fã do meio. É um vencedor de um prémio Kobe, um dos prémios de anime mais importantes no Japão e também acho que não deve ser esquecido. Mas é um vencedor ao lado de filmes como A Princesa Mononoke e Summer Wars que, a meu ver, são bem superiores. Mesmo assim, se para isso se sentirem inclinados, este é um filme interessante. Especialmente se tiverem lido O Japão é Um Lugar Estranho de Peter Carey, no qual se referencia este filme nalgumas ocasiões.

sábado, 18 de junho de 2016

Review - Psycho-Pass

Já Anthony Burgess, no seu livro "A Laranja Mecânica" perguntava se não seria melhor um homem ter escolhido ser mau ao invés de ser bom por obrigação. E o anime que hoje apresento, Psycho-Pass, tem por base esse mesmo problema.
Esta série foi criada em 2012 pelo estúdio já famoso por séries de ficção científica como Ghost in the Shell: Stand Alone Complex e Guilty Crown, Production I.G. A sua premissa é demonstrar uma sociedade utópica em que tudo é controlado pelo Sistema Sibyl incluindo os cérebros de toda a população através dos Psycho-Pass. Existe até um número denominado Coeficiente Criminal que determina se a pessoa em causa pode vir a cometer um crime. Mas a série segue a Divisão 1 do Departamento de Polícia do Ministério do Bem-Estar, um grupo de inspetores e justiceiros que trabalham em conjunto para eliminar os criminosos. O que distingue os dois? Os inspetores são polícias contratados enquanto que os justiceiros são pessoas com Coeficiente Criminal algo elevado sendo usados pela polícia e chamados criminosos latentes.
As personagens da série também são um ponto importante. A personagem principal é Akane Tsunemori, uma jovem investigadora que está a começar a sua carreira policial. Uma personagem de quase igual importância é Shinya Kogami, um criminoso latente com uma estranha obsessão com um assassino em série de há três anos atrás. Outros elementos da Divisão 1 incluem Ginoza, outro inspetor encarregado de liderar a equipa; Yayoi, uma artista considerada perigosa na sociedade e agora justiceira; Masaoka, o justiceiro mais velho da equipa; Kagari, um criminoso latente desde os cinco anos, sem oportunidade para sair dessa vida e ainda Shion Karanomori, a analisadora de investigações e também criminosa latente.
Em termos de animação, a série é espetacular. As cores e os movimentos das personagens estão muito bem utilizados e parece-me que está ao nível dos animes que se fazem hoje, três anos depois do fim da série. A banda sonora é também boa, sem nenhuma música que realmente distinga muito a série. Mesmo nas aberturas, apenas a segunda é algo memorável.
Mas o meu maior problema com Psycho-Pass é o facto de parecer um começo. As personagens não são muito desenvolvidas, à exceção dos dois inspetores e de Kogami, e o final da série não é exatamente um grande clímax. A série é boa pela viagem, por toda a investigação e por todos os momentos tensos que a série sabe muito bem caracterizar. Depois da série, já tivemos uma segunda temporada de 11 episódios com algumas personagens diferentes e um filme e sinceramente isso aumenta a avaliação deste anime. Todos os episódios parecem um prólogo a algo maior que merece bem mais temporadas. Mas à parte disso, a série é simplesmente incrível. Tem personagens boas (que deveriam ter sido melhor exploradas), um vilão absolutamente excelente, várias referências a Blade Runner, a 1984 e a outras obras de ficção científica e só posso recomendar este simplesmente maravilhoso anime.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Um Filme Por Semana #6 - Fahrenheit 9/11

Aqui está a segunda parte do especial de análise aos filmes de Michael Moore, desta vez o aclamado Fahrenheit 9/11
Neste filme de 2004, Moore analisa o primeiro mandato de George Bush como presidente dos EUA. Leva-nos à sua vitória injusta em 2000, às suas relações com as famílias mais ricas da Arábia Saudita, aos ataques de 11 de setembro de 2001 e à invasão americana do Iraque em 2003.
Gostei muito do documentário. Para mim é um excelente retrato da América no início dos anos 2000, com a sua obsessão por segurança e a preocupação por assuntos externos enquanto internamente o povo vivia grandes dificuldades. É uma visão mais parcial do país do que em Bowling for Columbine, mostrando claramente o facto de Moore ser um membro da oposição a Bush. E realmente somos arrastados para o seu lado: Bush cometeu bastantes erros no primeiro ano de presidente e a Invasão ao Iraque, assim como a guerra que dela surgiu, não tem origens lógicas.
Para mim, o único ponto negativo foi o facto de se ter prolongado demasiado nas cenas sobre o Iraque. Eu sei que foi uma guerra sem sentido, eu sei que os soldados eram jovens praticamente obrigados a ir para a guerra, eu sei os horrores que foram cometidos tanto contra os EUA, como contra o Iraque.
Não é tão bom, na minha opinião, como Bowling for Columbine, talvez por eu preferir o tema da vida quotidiana ao invés de todo um mandato de um presidente. Mesmo assim recomendo este vencedor do Palme d'Or, que venceu no Festival de Cannes de 2004, por ser um documentário com explicações bem-fundamentadas e por ser mais um dos grandes filmes deste realizador de sucesso.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Um Filme Por Semana #5 - Bowling for Columbine

Como prometido, hoje trago a crítica a Bowling for Columbine, o primeiro de dois documentários realizados por Michael Moore que analisarei esta semana.
O filme centra-se na procura da resposta ao problema das armas nos EUA, no final dos anos 90 e início dos anos 2000, partindo do Massacre de Columbine, um tiroteio numa escola secundária em Columbine que ocorreu em 1999, causando 13 mortes e ferindo mais 21 pessoas. Mas, como qualquer bom documentário expande-se por todas as armas compradas legalmente e por o enorme número de mortes que estas provocam nos Estados Unidos. Ao longo do filme, Moore leva-nos a diferentes atentados feitos com armas legais, a fanáticos por armas em toda a América do Norte e a apoiantes da legalização de todo o tipo de armas.
O que para mim torna o filme interessante é o pensamento de Moore. Este levanta as mesmas questões que me vinham à cabeça quando no documentário eram apresentados novos factos. Moore tem em conta todos os argumentos e contra-argumentos que são ouvidos no que toca a este tema polémico e explora-os de uma maneira excelente. Este filme é também um retrato excelente daquilo que a América é: capitalista, opressor da liberdade e difamadora dos princípios democráticos. Não é através da legalização das armas que se chega à liberdade e à proteção! Além disso, Moore viaja ainda através das explicações plausíveis para os EUA terem um número de homicídios muito alto ao contrário de outros países também com armas legais.
Se recomendo Bowling for Columbine? Definitivamente. É um tema muito atual e mostra as desvantagens que advêm da possessão de armas em lares de uma maneira imparcial (quem afirma que é desvantajoso sou eu, Moore não chega a referi-lo). Este filme é verdadeiramente educativo e um dos melhores olhares sobre os EUA já colocados em filme.
Quero deixar ainda o discurso glorioso e revolucionário de Moore ao agradecer o OSCAR de Melhor Documentário em 2003, apenas 3 dias após a invasão do Iraque pelo exército norte-americano.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Reviews - Berserk (1997)

De vez em quando, como no final dos anos 90, há um enorme sentimento de refrescar o meio do anime. Com séries tão inovadoras como Cowboy Bebop ou Evangelion e filmes como A Princesa Mononoke ou Perfect Blue, essa época ficou marcada como uma nova era do anime. Mas de entre tantas obras, houve uma que se destacou particularmente, uma que ainda hoje é falado mas não de uma forma como os obrigatórios já mencionados. Não, Berserk é bem diferente de tudo isso.
1997, o mundo já conhecia há muito a popular e aclamada série de manga de mesmo nome, que até aos dias de hoje ganha cada vez mais e mais leitores. Mas a primeira adaptação da manga, a que vou analisar hoje, foi o motivo de aproximação de muitos novos fãs da saga. Nesta série de 25 episódios, acompanhamos Gatts, um jovem mercenário bastante poderoso, mas sem qualquer motivo de luta. Certo dia, junta-se ao Bando do Falcão, um exército de mercenários que estão a ganhar a confiança do reino de Midland. Este exército é comandado por Griffith, um líder determinado e com um sonho pelo qual sacrificaria todos os seus companheiros. Também no seu bando se encontra Caska, a única mulher do grupo e uma guerreira forte e valente. Ao longo da história seguimos a evolução deste grupo mas também o seguimento psicológico de cada personagem central.


E Berserk, de forma muito resumida é isso. Mas é o estilo que torna a série em algo único. Entre batalhas sangrentas e irrealistas entre humanos ou demónios e diálogos filosóficos sobre sonhos, Deuses ou a condição humana em campo de batalha percebemos que este anime é completamente diferente de algo que já exista.
E claro, não posso deixar de referir a animação, cheia de uma estética muito "anos 90", mas de modo algum datada. Isto sem deixar de lado a música de Susumu Hirasawa, um grande compositor japonês. Na verdade, uma das razões para eu ter querido ver a série foi a música Forces que, para meu desagrado, aparece muito menos ao longo da série do que eu pensava.


Passando à parte pessoal, eu adorei Berserk. Acho que o único ponto negativo é ter sido pensada como uma série que pudesse durar anos quando na verdade teve apenas 25 episódios. Por vezes é um pouco lenta e este facto é agravado por não termos recebido mais episódios desde 1997, apenas uma trilogia de filmes que acompanha mais ou menos o mesmo enredo da série. Felizmente, no próximo mês, sairá uma nova série que acompanhará um arco que foi muito pouco explorado em qualquer dos animes de Berserk.
Tenho apenas que recomendar esta série: a história é excelente e não me importava de ver bem mais episódios desta saga, as personagens são verdadeiramente originais e interessante e a banda sonora é uma das melhores até hoje. Devem então ver este clássico, especialmente antes do lançamento da nova série.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Um Filme Por Semana #4 - X-Men: Apocalipse

Esta rubrica está de volta depois de um momento de grande trabalho em que não tive tempo nem para ver nem para analisar filmes. E hoje, mais um filme que ainda se encontra nos cinemas, X-Men: Apocalipse.
Eu gosto bastante da saga de filmes dos X-Men da Fox. Quando estava a começar a ler banda desenhada, os filmes X2 e X-Men: O Confronto Final captaram-me completamente e acabei por ver todos os filmes da saga principal. E depois de Dias de Um Futuro Esquecido, o último título da saga, que saiu em 2014, ter sido muito adorado pela crítica e por mim só podia esperar coisas emocionantes neste sexto filme da franquia. O lançamento de 2014 complicou muito a saga de filmes dos mutantes e este deveria esclarecer tudo o que se passou, portanto todos os fãs olhavam com grande expectativa para Apocalipse
E agora, depois de ter visto o filme, que digo sobre ele? Sinceramente desapontou-me um pouco. Não por ser mau pois em termos de qualidade enquadra-se no que esperava mas por ser completamente diferente do que eu imaginava que podia ser.
No filme, o primeiro mutante Apocalipse acorda de um longo sono e quer destruir a Terra para a criar de novo, como a Natureza tantas vezes já fez. Ao mesmo tempo, Magneto vive agora na Polónia como um humano normal e é casado e tem uma filha. Ainda ao mesmo tempo, Scott Summers, o futuro Ciclope, começa a desenvolver os seus poderes mutantes e é levado ao Professor X. E ainda ao mesmo tempo, Mística ajuda Noturno a fugir de uma arena onde é obrigado a lutar na Alemanha de Leste.
Talvez não tenham reparado mas o parágrafo anterior tem frases que não se relacionam e com ações por todo o planeta. Pois é exatamente isso que o filme faz. Em toda a primeira parte, o filme atira situações diferentes ao espectador. E não estou a dizer que não são interessantes, só que não são exploradas. Mas o filme progride e vamos desenvolvendo alguma relação com as personagens. Principalmente as que depois vamos conhecer: Scott está bastante parecido com os filmes da trilogia original e percebemos o porquê de Tempestade ser uma aliada de Professor X tão grande.
Mas há aspetos com os quais não concordo. Para mim, não faz sentido alguém como Magneto que acabou a sua relação com Professor X por odiar os humanos criar uma família durante dez anos. Podia simplesmente estar a planear algo novo mas não, o vilão mais leal aos seus princípios facilmente virou-lhes as costas e criou uma família.
Também não gostei muito de Apocalipse. O seu motivo não é muito claro e até parece que os próprios argumentistas não sabiam qual era. Também acho estranho, ninguém simplesmente concordar com Apocalipse. Para mim e para muita gente, acabar com armas nucleares e tentar virar a humanidade para princípios básicos em vez do dinheiro são ações nobres. E ninguém nos X-Men pensou que seria uma coisa boa? Para mim, isso teria aprofundado mais a história.
E também não gostei nada da repetição da cena do Mercúrio a salvar pessoas em câmara lenta com música à velocidade habitual. Fazê-lo em Dias do Futuro Esquecido ajudou a criar a personagem mas repeti-lo pareceu-me exagerado.
E é basicamente isso. O filme é bom mas falta-lhe personalidade. Não há nenhuma personagem que eu queira ver mais aprofundada por ter gostado tanto dela. Jean Grey, uma das minhas heroínas preferidas de sempre, está muito normal. É explorado o facto de ser muito poderosa mas acaba aí o seu desenvolvimento. Os X-Men, à exceção de Mercúrio têm os mesmos princípios e as mesmas razões para lutarem sem nada que os distinga.
Mas gostei do filme: é um novo capítulo na saga da Fox e isso é sempre um motivo para se estar entusiasmado mas, assim como na referência a Star Wars feita no filme: sem o primeiro não existiriam os outros dois, o segundo não teve medo de desafiar as audiências e o terceiro é o que leva as pessoas a discutirem os dois primeiros. Recomendo-vos mas estejam preparados para algo bem diferente dos outros filmes de Singer desta franquia.
E como recompensa das semanas em que não escrevi episódios desta rubrica, podem preparar-se para duas análises especiais no futuro próximo, dedicadas a dois filmes de Michael Moore, cujo novo filme E Agora Invadimos o Quê? estreia esta semana em Portugal.